segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

A lição de moral do Homem Aranha.

Nesse último final de semana eu assisti ao filme "Homem Aranha 3". Eu sempre gostei desses filmes de super heróis. Aliás, quem não gosta, né?
Eu não sei quais são os desenhos animados que a meninada vê hoje em dia, mas me lembro muito bem dos desenhos que eu via quando era criança. De todos, os que eu mais gostava eram He-man e She-ha (é assim que se escreve?), além, é claro, de Caverna do Dragão. O que esses desenhos todos tinham em comum? A tentativa de passar às crianças que assistiam a eles alguma lição de moral. Lembram que no final de He-man o Gorpo sempre aparecia explicando o que nós devíamos aprender com aquele episódio? Eu lembro. E isso é o mais legal, na minha opinião, nesses filmes e desenhos de super heróis: a lição de moral que eles trazem para nós.
Hoje eu não vejo mais desenhos animados, mas adoro os filmes dos super heróis. Parece que um novo filme de Batman vem aí, né? Já estou agurdando ansiosamente.
Mas de todos esses filmes, os que eu mais gosto, disparado, são os do Homem Aranha. E sabem por quê? Pelas lições de moral que ele sempre traz. No primeiro filme, o tio de Peter Parker, o nerd que vira super herói, diz para ele: "um grande poder exige um grande responsabilidade". Parece bobo, um clichê barato. E é. Mas ao mesmo tempo eu acho algo extremamente profundo. Ela resume o grande dilema que deve perturbar a consciência dos super heróis: afinal, o que fazer com esse poder que me foi dado? Sim, é isso mesmo. Até os super heróis têm seus dilemas morais. Até os super heróis precisam fazer escolhas na vida. E para eles, fazer essas escolhas é mais difícil, porque a responsabilidade deles é maior que a nossa. O grande poder que lhes foi dado exige deles uma imensa responsabilidade.
No terceiro filme do Homem Aranha, que eu vi nesse fim de semana e cujo trailler legendado está no vídeo acima, há muitas lições soltas nos diálogos de Peter Parker com sua tia May, com sua namorada MJ e com seu amigo Harry. Mas a melhor lição de todas é dada pelo próprio Peter Parker, nas últimas frases do filme, em que ele diz o seguinte: "não importa o que nos aconteça, nem mesmo as nossas lutas internas. Nós sempre temos escolha. (...) As nossas escolhas determinam quem somos. E sempre podemos escolher fazer o certo".
Sim, é verdade. Nós sempre temos escolha. Por mais difícil que seja a situação em que nós nos encontramos, nós sempre temos escolhas. Sempre. E nossas escolhas não determinarão apenas o caminho que seguiremos, mas, sobretudo, que pessoa nós seremos. E mais: dentre as escolhas que temos, sempre há uma que é a certa. Enfim: nós sempre temos escolha, e sempre podemos escolher fazer o certo. Peter Parker está corretíssimo. Essa é a maior lição que ele nos dá.
No filme, como bem resume o trailler, a maior de luta de Peter Parker - e do Homem Aranha, conseqüentemente - é com ele mesmo. São as lutas internas mencionadas nas frases finais que eu eu transcrevi acima. Aquela roupa preta lhe confere ainda mais poder, mas lhe retira o senso de responsabilidade que todo super herói tem que ter.
Claro que não existem super heróis. Mas a lição serve para nós todos, seres humanos comuns. Às vezes aquela roupa preta também gruda em nós, e é difícil conseguir retirá-la. Às vezes nossas lutas internas nos impedem de perceber que existem escolhas, e que dentre elas existe a escolha certa. Às vezes as coisas estão tão bem na nossa vida, em certos aspectos, que nós nos sentimos poderosos demais, mas nos esquecemos da singela lição do tio de Peter, e não agimos com a responsabilidade necessária.
Sim, o Homem Aranha venceu suas lutas internas. Ele, que sempre combateu o mal e fez sempre o bem, teve que lutar mais ainda quando viu que o mal estava dentro dele. É a mensagem do começo do trailler. Mas e nós? É preciso sermos super heróis para vencermos o mal que às vezes nos invade? É preciso termos super poderes para vencermos nossas lutas internas?
Claro que não. Somos pessoas normais, mas enfrentamos problemas normais também. E não podemos nunca esquecer da lição final do filme: sempre há uma escolha, e é sempre possível fazer a escolha certa.

Meus "versos íntimos", muito íntimos.

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Aconstuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
E escarra nessa boca que te beija!
(Augusto dos Anjos)

domingo, 27 de janeiro de 2008

A frase da semana!

Estou eu lendo a Veja dessa semana, e eis que leio uma frase excelente, da atriz Débora Falabella. Ela disse: "ator não tem de dar opinião sobre tudo!"
Perfeito!
Eu já disse isso, indiretamente, neste blog. É muito comum que as pessoas dêem muito valor ao que pensa a "classe artística", sobretudo se se tratar de um "artista engajado". Eu me lembro de que na campanha eleitoral era comum a circulação de e-mails com trechos de entrevistas desses "artistas engajados" declarando voto em Lula. Um deles trazia um trecho de uma entrevista de Ariano Suassuna em que ele defendia Lula e seus "projetos sociais". No final, Ariano declarava que votaria no barbudo. O título do e-mail era o seguinte: "mais um para a direita desqualificar". Errado!
Ninguém precisa desqualificar Ariano Suassuna, um dos maiores prosadores brasileiros do século passado, e um dos maiores vivos hoje em dia, só porque ele votou e continua votando em Lula. Mas é possível - e necessário, na minha modesta opinião - desqualificar o seu pensamento político. O que ele falou nessa entrevista foi um monte de bobagem. E ele fala muita bobagem, sobretudo quando insiste em exercer o seu antiamericanismo exacerbado, como um típico esquerdista de miolo mole. Mas e daí? Ele continua sendo um escritor de primeira linha.
O que as pessoas precisam saber é que ser famoso não dá a ninguém o dom da verdade, nem faz com que alguém passe a ser especialista em generalidades.
A frase de Débora Falabella sintetiza essa idéia muito bem. Eu já gostava dela como atriz, e agora gosto ainda mais.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

"I love the way you love, but I hate the way I'm supposed to love you back!"

Cada um tem seu jeito de amar, de gostar, de odiar, de errar, de acertar, de compreender, de perdoar, de se magoar... de viver.
Mas, é verdade, às vezes o nosso jeito é errado, e a gente, mesmo sabendo que está errado, não consegue mudar.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

"Declare guerra a quem finge te amar!"

A miséria do que se chama de música popular brasileira é antiga. A juventude de hoje ou se deleita nos ícones do passado, como o bobão Chico Buarque (no meu meio, quem não diz que ama Chico é considerado um inculto), ou se apega aos artistas-cabeça do momento, como a gasguita Maria Rita.
A juventude dos anos 80 viveu um momento diferente, mas apenas sob um certo aspecto. Naquela época, estouraram nas paradas de sucesso as bandas de rock, como Legião Urbana, Titãs, Ira!, Paralamas do Sucesso, Plebe Rude etc. Muita porcaria foi produzida, é verdade. E junto com o "movimento", nasceu também uma geração metida a "cabeça".
O rock dos anos 90 e 2000 é ainda pior, com raras exceções, que não se encaixam muito bem, todavia, no rótulo "rock", como é o caso da Nação Zumbi. É que o fantasma do rock dos anos 80 permitiu que se criasse uma boa fama de quem fazia rock, simplesmente porque fazia rock. O rock era visto como o estilo de quem tinha consciência social (e aí, já viu, né? Cada letrinha... Aquele hit do Plebe Rude, "Até quando esperar", é tosco até o limite) ou como o estilo de quem contestava o "sistema". Essa imagem cai como uma luva pra quem? Para a juventude e para os "politizados" de miolo mole. Quem nunca foi, quando jovem, a um festival de rock em que a platéia se esmurrava e se chutava na pista, enquanto os músicos quebravam os instrumentos no palco? Eu mesmo fui algumas vezes.
Mas em meio a tanta porcaria, há algo que preste? Há, sim. Bandas como Titãs e artistas como Lobão, a despeito do fato de insistirem, às vezes, em se portarem como garotões, algo como um complexo de Peter Pan, têm bons trabalhos musicais, alguns excelentes. O grande problema é que esses bons artistas, muitas vezes, esquecem que são apenas isso: bons artistas, ou seja, bons naquilo que se propõem a fazer. Passam a achar que são deuses, e isso ocorre, não se pode mentir, também por causa do "endeusamento" deles por parte da mídia e do público. Veja o caso da banda Los Hermanos. São talentosos. Mas exageraram na "máscara". Após lançarem um CD de estréia legal, com uma música que até se tornou hit de carnaval, se irritaram com o mundo e com o "sistema". A partir daí, caíram de vez no gosto dos "cabeças" e passaram a "se achar" mais ainda.
Pois bem. Um dos grupos que, na minha opinião, tem um bom currículo e não caiu na armadilha de passar a "se achar" é o Barão Vermelho. É bem verdade que Cazuza chegou a um nível acima do "se achar", mas eu acho que o Barão não caiu nessa. São rockeiros que souberam crescer e entenderam que ficaram adultos. E mais: perceberam que isso traz mudanças, de comportamento e de estilo. Um garotão metido a culto, que enche a boca pra dizer que ama bossa nova e Chico, sem saber nem o que está falando, é tão ridículo quanto um coroa que insiste em não perder o espírito rebelde que habitava em seu corpo alguns anos atrás.
O Barão Vermelho mostra bem, na minha modesta opinião, que uma banda de rock pode continuar fazendo um bom som, e sem perder a atitude, sem precisar conservar os arroubos e as bobagens do período em que "jogavam no juvenil". Afinal, jogador que se preze, após certa idade, sobe pro time profissional, né?
A música acima é um som típico do Barão. Vamos ouvi-la?

"CUIDADO! Senão você dança!!!" (ou Manual básico de sobrevivência no mundo de hoje)

Que você come?
Que você bebe?
O que você fuma?
Que você compra?
Que você veste?
O que você usa?

Com quem você anda?
Com quem você vive?
Com quem você fica?
Com quem você se envolve?

Cuidado!
Cuidado!
Senão você dança...(2x)

E o flanelinha?
E o avião?
E a camisinha?
O que você fala
No celular?
Com quem você fica?
Com quem você se envolve?

Cuidado!
Cuidado!
Senão você dança...(2x)

E a bebedeira?
E a forma física?
E esse cara, aí do lado?
Com quem você anda?
Com quem você vive?
Quem você ama?
Com quem você se envolve?

Cuidado!
Cuidado!
Senão você dança...(2x)

Cuidado!
Cuidado!
Senão você dança...(2x)

O que você come, bebe,
Fuma, compra, veste e usa?
Senão você dança...(2x)

OBS.: Algumas partes da letra dessa música devem ser lidas com bastante atenção. Nos dias de hoje, ou você toma cuidado com certas coisas ou você dança!