quarta-feira, 4 de março de 2009

A Folha erra e acerta.

Todos devem ter ouvido falar ou lido algo a respeito do editorial da Folha de São Paulo que chamou a ditadura brasileira de "ditabranda". O termo não é novo, a Folha apenas o aproveitou no editorial. De qualquer forma, foi um erro. Mas qualquer leitor com um mínimo de inteligência e capacidade de interpretação perceberia que o editorial queria apenas demonstrar que, em comparação a outros regimes autoritários da América Latina, a ditadura militar brasileira matou menos, por exemplo (bem menos!). Isso, todavia, não torna a nossa ditadura branda, porque qualquer ditadura é perversa: além de matar, ela acaba com as liberdades individuais e instaura o medo e a insegurança. Definitivamente, o uso do termo não foi adequado.
Mas a reação de algumas pessoas foi mais equivocada ainda, sobretudo porque oportunista e sem nenhuma sinceridade. Foram os casos de Fábio Konder Comparato (semrpe ele!) e de uma professora petista da USP, Maria Victoria Benevides, que atacaram veementemente o jornal, exigiram retratação etc.
Aí veio o grande acerto da Folha, em sua resposta curta e grossa: “A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua ‘indignação’ é obviamente cínica e mentirosa”.
Perfeito!

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