segunda-feira, 25 de julho de 2011

Respondendo a algumas FAQ (frequently asked questions) sobre o libertarianismo.

Um texto bem-humorado que escrevi pro blog do Líber, respondendo a perguntas frequentes que me fazem. São as chamadas FAQ (frequently asked questions).

Um bate-papo libertário

25/7/2011 André Luiz Santa Cruz Ramos
OBS.: O DIÁLOGO ABAIXO NÃO É REAL, MAS PODIA SER. E É MUITO IMPORTANTE QUE VOCÊ ABRA OS LINKS INDICADOS.
OBS2: AS IDEIAS AQUI CONTIDAS REFLETEM UMA IMPORTANTE CORRENTE DO LIBER, COMO TAMBÉM SÃO IMPORTANTES AS CORRENTES DEFENSORAS DO ESTADO MÍNIMO.

Por que você critica tanto o estado? 
Por que o acho um ente desnecessário. Acredito na ordem espontânea e na liberdade. A idéia de que o estado é um mal necessário é uma fraude.

Então você é anarquista?
Eu sou um libertário, ou seja, defendo o libertarianismo, infelizmente uma filosofia pouco compreendida por muitas pessoas. O mais correto seria dizer que sou um não-arquista.

Não enrola. Você é anarquista, né?
Tá bom. Pode me chamar de anarco-capitalista, ok?

Então você não acredita na democracia?
A democracia tem muitos defeitos e já demonstrou que é um sistema que não funciona, porque é fundado num governo coercitivo, que se sustenta através da extorsão da população. Chamam isso de tributação, mas eu considero um roubo.

Mas nem um estado mínimo com governo limitado você aceita?

Mas como você pode ser anarquista? Uma sociedade sem estado levaria ao caos!
Não. Essa é apenas mais uma falácia. Não caia nessa. Quaisquer serviços essenciais ofertados pelo estado, como defesa, justiça, segurança, ruas, estradas, saúde etc. podem ser ofertados de forma mais eficiente e ética pelo mercado.

O livre mercado nunca deu certo. Ele gera crises, e o estado é quem o salva, como ocorreu nessa recente crise dos EUA.
Mais uma vez você está errado. A recente crise americana, assim como qualquer outra crise, foi causada pelo intervencionismo estatal.

Dê um exemplo de uma sociedade que adota o livre mercado que você prega.
Infelizmente, não há sociedade que adote o livre mercado genuíno. Nem os EUA. Mas compare os países mais livres com os países menos livres, e você verá que naqueles há mais crescimento econômico e qualidade de vida, o que comprova que mais liberdade é sempre melhor.

Como você conheceu essas idéias?  
Lendo. Henry David Thoreau disse que “muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro”. No meu caso, acho que foi “O caminho da servidão”, de Friedrich Hayek.

Vou ler. Mas me diz outro, de preferência um romance, porque não tenho muito saco para essas obras complicadas.
Leia A revolta de Atlas, de Ayn Rand. Mas já lhe adianto que são três volumes e mais de mil páginas.

Tá doido!? Pô, num tem algo mais simples? Tipo um filme, sei lá...
Ok. Pelo menos assista ao filme A nascente, baseado num outro livro de Ayn Rand.

Você acha sinceramente que suas idéias vão convencer alguém?

Cara, essa conversa foi boa, mas tá na hora do jogo. Vamos ao estádio ver nosso time ganhar e tomar umas. Me dá uma carona?
Você pirou? Está proibida a venda de bebidas alcoólicas nos estádios.

Deixa de ser otário! Eu tenho um esquema. Tem um guarda lá no estádio que vende umas biritas por baixo dos panos. O povo fica mais bêbado do que quando era permitido.
Bem, era óbvio que isso iria acontecer. O proibicionismo estatal é sempre ineficiente e só serve para criar esse mercado negro, colocando cidadãos pacíficos na tal ilegalidade. Mas, de qualquer forma, eu não saio no meu carro para beber, porque a cidade está cheia de blitz, por causa da estúpida “lei seca”. Vamos no seu carro.

Meu amigo, você endoidou mesmo, né? Carro no Brasil é muito caro! Eu não tenho dinheiro para ter carro, não!
Pois é. Culpa do estado: tributação altíssima e protecionismo. Vamos de táxi ou de ônibus, então.

De táxi? O preço da corrida vai ser o dobro do preço dos ingressos! Por outro lado, se formos de ônibus, sofreremos com o pinga-pinga e com o trânsito, e ainda teremos que andar um bocado, porque o ponto é longe do estádio. Perderemos o primeiro tempo do jogo, no mínimo.
Mais uma vez, culpa do Estado. O preço do táxi é caro por causa da tributação alta e da regulamentação, que cria um cartel e limita a concorrência. Já as empresas de ônibus são concessionárias/permissionárias, ou seja, monopolizam esse serviço após ganharem licitações, geralmente cheias de corrupção. Por isso não estão nem aí pro consumidor, se limitando a atender exigências mínimas de burocratas, que nunca andaram de ônibus na vida. Se esse mercado fosse desregulado, a coisa seria bem diferente.

Tá bom. Vamos ver o jogo em casa, então... Liga aí a TV.
Sinto desapontá-lo, mas o jogo não vai passar na TV. Uma lei local proibiu as emissoras de transmitir jogos para a cidade onde a partida vai ser jogada.

Caramba! Assim não dá! Me dá essa ficha de filiação aí... Vamos acabar com o estado agora mesmo!

:-)

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